Autoras(res):
Jefferson Vieira de Góes;
Lígia Ranara Rocha Paes;
Deise Luiza da Silva Ferraz.
Resumo: Objetivo: Identificar o discurso ideológico sobre o narcotráfico nas Américas expresso pelos documentários e os valores que, a partir deles, são aceitos como representação do real. Método: Realizamos a análise fílmica (Medina, 2020) de quatro documentários produzidos de 2017 a 2020, disponíveis na plataforma de streaming Netflix, que abordam a indústria ilegal de coca-cocaína no continente americano. Marco Teórico: A partir de Mészáros (2004), compreendemos que o sistema ideológico dominante apresenta as regras pelas quais os seres humanos compreendem, lidam e atuam no mundo visando resolver os conflitos sociais. Resultados: Nos filmes, a relação entre o grande consumo de drogas nos EUA e a respectiva produção nos países latinos se constitui a partir da produção de dois imaginários antagônicos: um imaginário positivo sobre os EUA e outro negativo sobre os países latinos envolvidos no tráfico de drogas, que se desdobram na constituição da tríade vítima-vilão-herói que legitima o consentimento comum de intervenções americanas na guerra contra as drogas e suas vítimas, a despeito da nacionalidade destas. Conclusões: A seletividade na representação acerca da aparência do fenômeno do narcotráfico nos diferentes países demonstra uma dicotomia favorável à ordem capitalista, reproduzindo uma subjetividade coletiva fetichizada que obstaculiza a consciência de classe.
Palavras-chave: Ideologia; Filme Documentário; Tráfico de Drogas; Cocaína; América Latina.
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