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O Materialismo Histórico e Dialético:Porque Ser Contra-hegemônico (Pode)Não é Ser Contra o Capital.

mayaracarlamarques

Atualizado: 6 de mar. de 2024

Autoras(res):

Janaynna de Moura Ferraz;

Deise Luiza da Silva Ferraz.


Apresentação: Este é um capítulo do livro "Crítica Marxista da Administração", de forma que o conjunto que forma a coletânea responde a uma necessidade histórica no Brasil: aglutinar textos de crítica marxista da administração em suas diferentes inclinações. Grande parte da literatura que sustenta uma crítica nesses termos está dispersa em livros e artigos. Por mais importante e contributivos que sejam, essa dispersão expressa alguma dificuldade de articulação entre as diferentes produções e inclinações que compõem os marxismos que animam aquela crítica. Essa é a principal razão de ser da presente coletânea. Não é possível, entretanto, esgotar todo o conjunto de questões importantes para uma crítica marxista da administração. Outras correntes e temáticas não puderam estar presentes por uma série de razões. Mas esperamos que as produções expostas aqui provoquem os leitores mais experientes no debate como também aqueles que nele iniciam. Considerando os últimos, optamos por dividir a obra em duas partes, sendo a segunda, denominada “Algumas Considerações Iniciais para Iniciantes”, composta por textos que localizam os neófitos sobre algumas questões clássicas do marxismo, especialmente seu desenvolvimento e significado político que estão expressos no texto de Teles e Andrade. Porém, tal desenvolvimento não é apresentado apenas em seu movimento geral, mas também em suas particularidades, assim o texto de Guedes e Cavalcanti exploram o desenvolvimento do marxismo no campo científico brasileiro; e, por sua vez, o texto de Chaves, Coelho e Melo apresentam ao leitor a apropriação das ideias de Marx e de marxistas realizadas por estudiosos brasileiros do campo das teorias das organizações. Não é obrigatório aos que iniciam no debate marxista inverter a ordem da leitura do material agora entregue ao público, pois os seus textos, embora componham um conjunto, podem ser apreciados de forma autônoma. Porém, para que a obra tenha sua potencialidade efetivada, a leitura de todos os textos se faz necessária, pois o esforço de cada pessoa que colaborou com a obra foi introduzir os fundamentos para a crítica marxista da Administração partindo das distintas manifestações que que compõem a unidade dos estudos organizacionais. O texto de Paço-Cunha, que abre o livro, lança os fundamentos para a crítica, demonstrando a ontogênese da função de direção e suas particularidades. Sua contribuição é um avanço significativo para compreendermos essa especialização do trabalho despida dos essencialismos e psicologismos colocados pela apologética administrativa, sendo também um base para a discussão sobre uma questão cara aos estudiosos do campo marxista: a qual classe pertencem os gestores? A gestão é também tema de Gurgel e Justen que nos apresentam os determinantes sociais que reproduzem o imbricamento entre o neoliberalismo e a gestão contemporânea a despeito da impotência das mesmas para resolverem os problemas humanos gestados pelo capital, em suma, demonstram as condições que produzem receitas paliativas à uma sociabilidade morrente. As determinantes da (im)potência do conhecimento produzido nos Estudos Organizacionais que se autodefinem como conhecimento crítico são por Ferraz e Ferraz apresentadas. As autoras delineiam os limites da hipostasia do problema do conhecimento à epistemologia e ajudam a revelar as dificuldades dos paradigmas sociológicos que pagam tributo ao predomínio do capital. Sem ultrapassar o plano das aparências, não há ciência possível. Por seu turno, Faria demonstra a potência da gestão como um meio do capital avançar sobre a classe trabalhadora no seu afã pelo aumento do mais valor absoluto e relativo. Avanço que não ocorre apenas nas unidades produtivas, mas também na relação com o Estado, mais especificamente, valendo-se da Administração Pública. O conhecimento e a prática da Administração Pública sob o comando do capital são por Dias criticados. A contribuição da autora está em discutir o Estado, resgatando vários conceitos na linha da crítica da política de Gramsci e Poulantzas.


REFERÊNCIA: FERRAZ, J. M.; FERRAZ, DEISE L. S. . O materialismo histórico e dialético: porque ser contra-hegemônico (pode) não é ser contra o capital. In: Elcemir Paço-Cunha; Deise Luiza da Silva Ferraz. (Org.). Crítica Marxista da Administração. 1ed. Rio de Janeiro: Rizoma Editorial, 2018, v. 1, p. 91-116.



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