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28 DE JUNHO: Dia Internacional do Orgulho LGBT



Hoje é comemorado o dia internacional da luta LBGT. A data decorre da Rebelião de Stonewall quando a comunidade LGBT promoveu uma série de manifestações contra a violência policial de Nova Iorque. De lá para cá, ano após ano, empresas/marcas tem se juntando à causa LGBT se apresentando como parceiros na luta por igualdade. Porém, fica a questão: quem ganha com isso?

Uma das formas de tentar responder a questão tem sido pelo “Pink money” que poderia ser caracterizado pela criação de produção e serviços voltados para a comunidade LGBT, que é um grande “nicho de mercado”, o Brasil, por exemplo, é o segundo maior mercado consumidor do mundo. As empresas, então, promoveriam uma relação ganha-ganha: eles ficam com o lucro e os consumidores podem comprar seus produtos com arco-íris.


Mas e quem não tiver grana para comprar, como fica? Mesmo dentro do movimento LGBT há distinções consideráveis entre os homens gays brancos musculosos e mulheres lésbicas negras gordas, por exemplo, não possuem as mesmas condições de possibilidade de reprodução da sua força de trabalho. A perspectiva do pink money se apoia nas ideias de “inclusão, identidade e/ou empoderamento” para afirmar que todos seriam iguais, e neste caso, para essas empresas, são mesmo: são todos possuidores de dinheiro.


No âmbito dessa discussão surgiu também o pinkwashing, que ocorre quando as práticas de empresas ou governos buscam ocultar de modo falacioso suas práticas como se fossem engajadas em lutas.


O termo teria sido utilizado em 1985 quando a organização Breast Cancer Action (BCA) adotou “pinkwashing” para designar a forma fraudulenta e enganosa de “marketing de causa”. O motivo se deve às fitas rosas (até hoje utilizadas no Brasil) como símbolo para anunciar sobreviventes de câncer de mama, vítimas e instituições de caridade. O símbolo se tornou um meio potente para promover produtos e vender mercadorias; porém se descobriu mais tarde que muitos desses produtos vendidos por “marcas engajadas” continham matéria-prima cancerígena.


Ou seja, haveria marcas engajadas e também marcas que se dizem engajadas, mas que reproduzem o preconceito. Seja para falar de pink money ou de pinkwashing, o que pode ser percebido é que como a estratégia de comunicação das marcas das empresas têm se apropriado do orgulho LGBT para “pautar a luta” por meio do consumo, desarmando o conteúdo crítico e emancipatório que deveria abordar o preconceito diante da opressão dentro do modo capitalista de produção.


O que vemos é que o Orgulho tem sido fomentado pela capacidade de consumo de determinados produtos que acabam "criando essa identidade LGBTQIA+ e descolado das relações de exploração (na esfera da produção) sob as quais as pessoas LGBT estão submetidas.


Agora respondendo: quem ganha com isso? O capitalismo que segue se reproduzindo mercantilizando a luta. Longe do glamour das “marcas engajadas” a dura realidade é que o Brasil é um dos países que mais matam LGBT no mundo e grande parte da população LGBT têm dificuldade para acessar o mercado de trabalho, quando conseguem uma vaga “não podem dar bandeira”, quando as demissões chegam, são os primeiros a irem para a rua.


A luta LGBT, então, precisa ser respondida à luz da exploração e da opressão, considerando a esfera da produção, onde as mulheres e os homens da classe trabalhadora reproduzem cotidiana sua existência. O movimento LGBT tem classe e precisa partir dessas contradições que produzem a desigualdade para avançar na luta contra opressão.


“Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres” (Rosa Luxemburgo)


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