Por Guilherme Paiva Lopes de Oliveira**
A Burguesia escreve o roteiro
Monta o palco, seleciona o elenco
E dirige sua peça chamada Democracia.
Nunca tantas pessoas foram vistas
Iludidas e iludindo umas às outras
No meio de tamanha hipocrisia.
As contradições, avistadas de longe,
Se escancaram e se atenuam de forma cíclica
Juntamente com as crises do Capital.
Volta e meia a Diretora da peça aposta o seu cargo
Num déspota e em meio à toda a catarse
Surge um suposto herói nacional.
Ele assume o cargo de forma democrática ou não
Afinal de que realmente importa?
Se os atores não tem controle sobre o roteiro
Ao menos eles brincam de representar
Usam seu talento pra agradar o povo
Que é até então, um figurante, um mero passageiro.
Quando a imagem do protagonista não é mais sustentável
Por suas peculiaridades juntas à crise econômica habitual
A Burguesia não deixa de dar as cartas
Apenas fala que vai mudar o elenco
Escrever outro roteiro
Só não abre mão de sua estrutura teatral.
*Este poema foi apresentado como trabalho final no curso de extensão "Ciclo de Estudos Clássicos do Pensamento Econômico Filosófico: Edição Marx e Engels, com coordenação da profa. Dra. Janaynna Ferraz e recursos da PROEX/UFRN.
** Aluno de graduação em Jornalismo na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
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