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"Dia das Mulheres": desabafo de feministas marxistas


8 de Março, dia Internacional das Mulheres?


O que representa este dia, afinal?

Um dia para comemorar a existência das mulheres?

De celebrar nossa força?

De reivindicar nossa liberdade?

De reivindicar direitos iguais aos dos homens?


A cada ano que se passa, vemos mais reflexões realizadas acerca do que realmente representa este dia.


“Não queremos flores, queremos igualdade”;


“Não queremos flores, queremos força na luta”. E de que luta é essa que estamos falando, afinal?


Estamos falando da luta de mulheres trabalhadoras que morreram reivindicando melhores condições de trabalho, estamos falando da luta de mulheres que foram mortas por um sistema que é alimentado e se alimenta de nossa opressão, para intensificar nossa exploração.


E é por isso que viemos aqui fazer um apelo, por favor, não esvaziemos a luta!


Falar sobre “liberdade dos corpos” não basta, se não reivindicamos toda uma indústria da beleza que alimenta e é alimentada por padrões de beleza cada vez mais inalcançáveis.


Falar sobre “empoderamento” não basta, se não questionarmos quem realmente está “empoderando” com a exploração cada vez mais intensa de nossa força de trabalho.


Falar sobre “sororidade” não basta, se não questionarmos quem está em nossas casas cuidando de nossos filhos, lavando nossas roupas, cozinhando nossa comida, enquanto estamos reivindicando um espaço no mercado de trabalho.


Falar sobre “direitos iguais aos dos homens” não é suficiente se não nos questionarmos, afinal, quais são esses direitos? Se não questionamos que o patriarcado e a estrutura machista da sociedade, a qual oprime de forma muito mais intensa às mulheres, também limita o desenvolvimento humano dos homens. Quem se beneficia, então?


Falar em “liberdade” não é suficiente , se vivemos em um sistema o qual alimenta e é alimentado por nossa opressão. Conquistar “emancipação” não é possível dentro de um sistema que por si é opressor.



Mulheres (e também os homens) somente poderão ter a real liberdade de escolher dentre possibilidades concretas quando toda a humanidade estiver liberta. Assim, a luta pela liberdade das mulheres é uma luta contra todas as condições que não apenas a aprisionam, mas aprisionam toda a humanidade.


Audre Lorde nos disse: “Eu não sou livre enquanto alguma mulher não o for, mesmo que as correntes dela sejam muito diferentes das minhas”,


E dizemos ainda o seguinte: não seremos livres enquanto algum ser humano não o for, mesmo que suas correntes sejam distintas das nossas.


E por isso, fazemos um apelo:


Trabalhadoras e Trabalhadores, unamo-nos! Esta é uma luta de todas, de todos, de todes e de cada ser humano.


Que esse 8 de março seja de mais reflexão sobre a raiz da opressão vivida pelas mulheres diariamente nessa sociedade exploratória, de mais luta contra o que e contra quem realmente devemos lutar, e menos parabéns e flores vazios de significado!


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